A Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc) aponta que o setor da construção civil situa-se entre os seis mais proeminentes daquele Estado. No Vale do Itajaí, região que abrange as cidades de Balneário Camboriú, Itajaí e Navegantes, entre outras, o crescimento do mercado imobiliário, nos últimos anos, acompanhou o desenvolvimento dos municípios. Essas cidades registraram desenvolvimento da atividade industrial e do setor de serviços, o que impulsionou o mercado de incorporação e construção. O turismo, especialmente significativo em Balneário Camboriú, mantém o estímulo para que construtoras busquem novas oportunidades na região.
Para Willian Rodrigo Félix, professor da disciplina de Gerenciamento de Projetos do MBA da Construção Civil da Tear Escola de Negócios de Balneário Camboriú, o mercado imobiliário de Balneário Camboriú e região é atípico, pois atrai investidores e pessoas de outros Estados que têm o sonho de morar ou veranear nas praias do litoral norte de Santa Catarina.
As construtoras confirmam. Segundo fontes ouvidas pela reportagem, os clientes provêm, na maior parte, de São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul e Oeste de Santa Catarina. O Perfil Imobiliário 2013 do Sindicato das Indústrias da Construção Civil de Balneário Camboriú e Camboriú (Sinduscon-Camburiú) indica que 31% daqueles que procuram imóveis na cidade buscam moradia, 21% buscam imóveis para investimento e 47% têm interesse em imóveis para lazer. "O litoral catarinense como um todo tem esse apelo, principalmente a nossa região. São pessoas que compram para lazer, turismo e como investimento também, pois a expectativa de retorno é superior à do mercado financeiro", destaca Nivaldo Pinheiro, incorporador e vice-presidente de Obras Públicas e Planejamento da entidade.
Com o desaquecimento da economia brasileira, surgem novos desafios para as empresas que atuam na região. Para Félix, o ponto principal será aprimorar os processos administrativos nas construtoras e incorporadas. "Para 2015, quem quiser se manter no mercado precisa investir na gestão da sua empresa. Após um período longo de boom imobiliário, o lucro tende a diminuir e quem não investir em gestão terá problemas", indica.
A Fiesc, que está formulando um masterplan com os principais pontos críticos que afetam o desenvolvimento da indústria no Estado, avalia as tendências setoriais e ações necessárias para garantir o crescimento do setor no Estado até 2022. Driblar a escassez de mão de obra qualificada e tornar as empresas eficientes e com domínio das novas tecnologias aplicadas à construção estão entre os principais desafios. "O setor precisa dominar essas tendências para competir com as empresas de grande nome que estão chegando em Santa Catarina", adianta o coordenador do Programa de Desenvolvimento da Indústria Catarinense (PDIC), Sidnei Manoel Rodrigues.