Os seres humanos tem a necessidade de se expressar através de algum tipo de arte.
Conhecemos a necessidade humana de expressão através da arte desde os primórdios da humanidade, pelos desenhos rupestres nas cavernas, pelos sarais de poesia na Grécia Antiga e diversos outros relatos conhecidos através da história.
Precisamos reconhecer dois fatos: o primeiro deles é que sem arte, a vida seria um erro e o segundo, é que a arte une as pessoas.
Há relatos de manifestações artíticas relacionadas ao grafite desde o Império Romano, sendo interpretadas como uma demonstração de cultura popular que permeou os romanos ao longo de sua história.
O local com o maior número de grafites romanos preservados foi Pompeia, devido a erupção do Vesúvio, no ano de 79.
Foram quase 10.000 grafites descobertos no local, com variados temas: recados amorosos, poesias e trechos de obras clássicas da literatura romana.
O grafite mais próximo do que conhecemos hoje, no entanto, surgiu em meados da década de 1970, em Nova Iorque, quando alguns jovens começaram a deixar sua marca pelas ruas da cidade.
Um ano chave para o grafite 1968, quando em Paris surgiu um movimento contracultural que utilizou os muros da cidade para inscrever trabalhos de cunho político e poético.
No Brasil, o grafitismo chegou no final dos anos 1970, no estado de São Paulo, com fortes influências norte-americanas.
Ao longo dos anos, essas expressões artísticas evoluíram e foram sendo acrescidas de novas técnicas, ideias e desenhos.
Dentro do movimento artístico do grafitismo existe uma grande dualidade, frequentemente discutida: O que pode ser definido como pichação e, portanto, vandalismo e o que pode ser definido como grafite e, portanto arte urbana.
Tanto a pichação quanto a arte urbana, contudo, são manifestações artísticas que têm como objetivo expressar, relatar ou denunciar algo, assim como o hip-hop, o jazz, o blues e a poesia, as maiores influências do grafitismo.
Essas características e reflexos aparecem também no grafite brasileiro, que hoje em dia é conhecido mundialmente.
Vale ressaltar que no momento histórico em que o grafitismo chegou no país, vivíamos um período marcado pela repressão e censura, provocadas pelo regime militar, o que traz aspectos ainda mais transgressores ao movimento no Brasil.